terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Em cena


No tablado de minh’alma encena-se uma peça cujo enredo é minha própria vida.
Mas esse enredo, essa peça, essa vida, são apenas pretextos pra que eu seja,
Pra que eu viva.
Mas o que sou não tem enredo.
Todos os meus passos e sonhos ficaram esquecidos na coxia,
Fugiram de minha boca todas as minhas falas,
Já não sei de mais nada e isso me confunde, pois ter consciência de que nada sei já me faz saber alguma coisa.
Eu sei o nada.
Eu tenho a consciência do silêncio.
Escuto o silêncio e nele escuto o nada.
O silêncio é a voz do nada,
É o grito do antes.

Meu existir é um destino sem palavras.
O ser que eu era tem saudades do que serei
E o que sou hoje, chora sozinho nesse palco.

De nada vale o espetáculo do meu verso.

As pessoas não querem me ler.

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