quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Conversão


Tudo mais o que sinto é motivo de verso.
Na falta de inspiração, apelo para a sensação, que move o mundo, que move o lápis.
Rabisco no tempo os anseios de uma vida morta circular.
Fecho os olhos e vejo a semente da palavra, que brota única num pedaço tímido de papel.

Debruçado na janela da minha alma, vejo meus olhos, vejo a coragem, vejo a fé.
E vejo que minha fé é uma fé em nada. É uma fé no vazio, numa folha de papel em branco.
Naquele mesmo dia me veio a poesia e me trouxe as palavras.
A partir delas fui batizado com versos e, convertido em poema, fui salvo.

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