Toda vez que menino vinha pra mudar a cor do dia
Outono chegava antes e mudava na frente.
Andorinha se ria e dizia que pra menino mudar a cor do dia
Era de profunda importância que ele se assumisse poeta e que murmurasse trejeitos de março.
Andorinha tinha sabedoria outonal e um entusiasmo primaveril
Viajava lá pelas bandas de poema e pelos confins imaginários do menino.
Quando voltava na primavera, sempre trazia consigo histórias de margem de rio com meninos
E de meninos que faziam de sua infância iluminuras molhadas de rio e de orvalho.
Aquele menino se inquieta de mim.
Se inquieta de si e de suas existências chuvosas.
Andorinha se ri e voa pra dentro do menino pousando nos galhos do seu pé-de-agora.
Feliz é menino que tem seus agoras repletos de passarinho.
Pois tornam-se como ninhos preenchidos de um silêncio perfumado e canoro.
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