terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Poema solto


I

No meu coração tem um horizonte do tamanho do azul.

Nele moram pessoas, palavras e promessas
que se cumprem de girassóis e de sonhos.

O meu despropósito é o de apenas ser. O que vem depois já não é.

Lágrima de poesia tem cheiro de terra molhada.

O olho do meu futuro frequenta lugares exercidos de riachos.

Sou mais inútil quando chove na minha esperança.

Eu monto frases tortas pra endireitar o meu ser.

Uma imagem saltou de minha palavra.

E o céu de um sapo é da altura do seu pulo. (Eles visitam Deus uma vez a cada três pulos)

Atrás da minha casa tem um ninho preenchido de existências canoras.

II

Tem coisas que fazem da minha vida um mundo maior
e que contribuem para o meu aumentamento coisal.

Exemplos: a sombra fria e decadente da minha saudade,

o murmúrio vegetal das minhas existências,

o sorriso claro e amanhecido do meu quintal

E o gosto desenvolvido e abandonado da minha tarde.

Tudo isto, além das tristezas que passeiam lá fora, são matérias-primas pra meus versos,

epifanias no meu lápis.

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